Viagem ao Norte
De Lisboa, foram para Alcobaça, visitaram o Mosteiro gótico, uma das sete maravilhas de Portugal, onde se encontram sepultados D. Pedro I e Inês de Castro, que imortalizaram a maior paixão da história de Portugal. À tarde do mesmo dia, dirigiram-se ao Mosteiro da Batalha que foi mandado edificar por D. João I como agradecimento à Virgem Maria pela vitória na Batalha de Aljubarrota (1385) sobre os castelhanos. Exemplo do estilo manuelino, em 2007 foi também eleito como uma das sete maravilhas de Portugal. O Ilya ficou pasmado com as Capelas Imperfeitas do Mosteiro, e o António explicou-lhe que lhes chamavam assim porque ficaram inacabadas devido à morte do rei D. Duarte em 1437 e, no ano seguinte, do arquiteto mestre Huguet. No segundo dia da sua viagem, foram a Coimbra, antigo centro universitário nas margens do rio Mondego, onde não pouparam a sola dos sapatos, porque a cidade foi edificada em várias colinas. Nela em 1290 foi fundada por D. Dinis (1261 –1325) a primeira universidade portuguesa. Os amigos visitaram a famosa Biblioteca Joanina, com acervo de cerca de 70 mil volumes que é possível consultar até hoje em dia. É um dos mais originais exemplos do estilo rococó, com portal barroco. De facto, a cidade vive ao ritmo da vida estudantil. Por sorte, os amigos assistiram à festa da Queima das fitas, que é uma festa universitária em que os finalistas benzem e queimam as fitas coloridas sinónimas das suas Faculdades. O evento atrai milhares de pessoas e inclui espetáculos de música. À noite, os três foram ao festival de tunas académicas ao ar livre. No dia seguinte, antes de seguirem para Aveiro, pararam em Conímbriga que é uma das maiores povoações romanas de que há vestígios em Portugal. Classificada Monumento Nacional, é a estação arqueológica romana melhor estudada no país. Pelo caminho, deram um salto ao Portugal dos Pequeninos que contém um conjunto de edifícios históricos em ponto pequeno. O Ilya que mede cerca de 1m 90, bateu com a cabeça ao entrar numa casa regional do Alentejo. Depois, rumaram a Aveiro, considerada a “Veneza portuguesa” por estar situada junto à Ria. A cidade é atravessada por um grande canal pelo qual navegam os famosos moliceiros. Não perderam a oportunidade de dar um passeio de moliceiro pelas salinas, fonte de desenvolvimento económico tradicional da região. Daí, encaminharam-se para o Porto, também conhecida por “Cidade invicta”, por nunca ter sido conquistada pelos Mouros. Visitaram as famosas caves do vinho do Porto e degustaram vários tipos de vinho. Viram a sua zona ribeirinha, classificada como Património Mundial pela UNESCO, e embarcaram num rabelo, usado no transporte das pipas de vinho pela foz do rio Douro. Entre os monumentos que mais apreciaram, destacam-se a Torre dos Clérigos e a Fundação de Serralves, um museu de arte contemporânea, com os seus jardins e espaços de lazer. O Ilya, que é um fanático de futebol, fez questão que o levassem ao Estádio das Antas, do Futebol Clube do Porto. No quarto dia da viagem, quando se aproximavam de Braga, o António disse: «Braga reza, o Porto trabalha, Coimbra estuda e Lisboa diverte-se». O Ilya deu uma grande gargalhada e em breve entendeu a razão daquele ditado. De facto, Braga sempre foi um grande pólo religioso do país, com a sua Sé cuja construção foi iniciada em 1128. Não é por acaso que se costuma dizer “mais antigo que a Sé de Braga”.
Subiram ao Santuário do Bom Jesus do Monte no elevador que é o primeiro funicular construído na Península Ibérica, e é atualmente o mais antigo em serviço no mundo a utilizar o sistema de contrapesos de água. Tendo visitado o Santuário, desceram pelo escadório de 116 metros de altura, que é um dos maiores conjuntos arquitetónico-paisagísticos do estilo barroco do país.
De Braga deram um salto a Guimarães, considerada “o berço da nação”. Foi lá que D. Afonso Henriques foi proclamado primeiro Rei de Portugal em 1143. Dalí é que se iniciou o movimento de Reconquista.
Do Norte voltaram para Lisboa com uma escala em Óbidos, cidade medieval e Património da Humanidade, e Nazaré, cidade pescatória com as suas extensas praias de areia.
O Ilya ficou tão encantado que pediu para continuar o percurso para o Sul.
|